Brasil já tem 165 mil milionários
No ano passado, número de milionários no País aumentou 6,2%, o maior crescimento entre as grandes economias globais
JAMIL CHADE
O Estado de S.Paulo
20.7.2012
O Brasil ganhou 10 mil novos milionários em 2011, e
aparece como o país onde esse segmento da população mais cresce em
termos porcentuais entre as grandes economias do mundo. Os dados são da
consultoria Capgemini e do RBC Wealth Management, que publicaram ontem
relatório que é referência para avaliar a renda da população mundial com
patrimônio pessoal elevado.
No total, o Brasil soma 165 mil milionários - pessoas com mais de
US$ 1 milhão disponíveis para investimento. Em 2010, o número era de 155
mil. Com a expansão - a mais forte entre as maiores economias -, o
Brasil caminha para superar a Itália no número de milionários. Em
recessão, a Itália viu seu número cair de 170 mil para 168 mil.
Se em termos porcentuais a expansão brasileira é forte, em números
absolutos a China se destaca. Em um ano o país passou de 535 mil para
562 mil milionários. A China é a quarta economia com o maior número de
milionários no mundo - atrás de Estados Unidos, Japão e Alemanha.
O Brasil aparece na 11.ª posição, superando Rússia, Coreia do Sul e
Índia. Puxado pelos negócios relacionados à commodities, cujos preços
aumentaram, o número de milionários brasileiros cresceu 6,2% no ano. "A
renda nacional bruta, poupança nacional, imóveis e outros indicadores
são positivos (no Brasil)", indica o relatório. Não por acaso, o Brasil é
o novo foco de atenção de empresas do setor do luxo, ávidas por
compensar suas vendas estagnadas na Europa pelos novos ricos
brasileiros.
Recuo. No total, 11 milhões de pessoas pelo mundo são classificadas
como milionárias. O relatório mostra que o volume de dinheiro desse
grupo recuou em 1,7%, para US$ 42 trilhões. EUA, Japão e Alemanha têm,
juntos, 53% dos milionários. A região Ásia-Pacífico abriga o maior
número em termos continentais (3,37 milhões de pessoas). A América do
Norte vem em segundo, com 3,35 milhões. A Europa tem 3,17 milhões.
Na Europa, o patrimônio dessas pessoas caiu 1,1%, para US$ 10,1
trilhões. Na América Latina, o declínio foi de 2,9%, ainda que o número
total de milionários tenha aumentado em 5,4%.
Segundo o estudo, a crise teve impacto pequeno no número de
ultrarricos na América Latina. O valor da riqueza desse grupo aumentou
de US$ 5,8 trilhões para US$ 7,1 trilhões desde 2008, puxado pelos
negócios que envolvem minérios, produtos agrícolas e energia.
Já no mercado global de ações, a constatação é de que, durante a
crise, empresas abertas viram seus valores caírem em 2011. "O valor
global de mercado das empresas abertas encerrou o ano em US$ 43,1
trilhões, com queda de 18,7% em relação aos US$ 53 trilhões do ano
anterior e bastante abaixo do máximo de US$ 61,5 trilhões atingido em
2007, antes da crise global", diz o relatório.
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