A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspensa (veja postagem anterior) por
cerca de 5 minutos nesta quinta-feira depois de um protesto de dois índios, que
pediam a inclusão dos povos indígenas no sistema de cotas em julgamento. Ainda dentro do
Plenário, o índio identificado como Araju Sepeti Guarani chamou os ministros do
STF de "racistas" e "urubus".
Durante o voto do ministro Luiz Fux, o presidente da Corte,
Carlos Ayres Britto, tentou pedir calma aos manifestantes, mas Guarani e Carlos
Pankararu acabaram sendo imobilizados e retirados à força por um grupo de
seguranças do Tribunal. "Igualdade é negro, é cigano, é índio, são todos.
Defendemos a cota para indígenas", disse Pankakaru. Genericamente, todos estariam de acordo.
Para a interpretação do protesto pode servir o conto de
Franz Kafka (1883-1924): Diante da Lei
Diante da lei está um porteiro. Um homem do campo chega a
esse porteiro e pede para entrar na lei. Mas o porteiro diz que agora não pode
permitir-lhe a entrada. O homem do campo reflete e depois pergunta se então não
pode entrar mais tarde.
- É possível - diz o porteiro - mas agora não.
Uma vez que a porta da lei continua como sempre aberta e o
porteiro se põe de lado, o homem se inclina para olhar o interior através da
porta. Quando nota isso , o porteiro ri e diz:
- Se o atrai tanto, tente entrar apesar da minha proibição.
Mas veja bem: eu sou poderoso. E sou apenas o último dos porteiros. De sala
para sala porém existem porteiros cada um mais poderoso que o outro. Nem mesmo
eu posso suportar a simples visão do terceiro.
O homem do campo não esperava tais dificuldades: a lei deve
ser acessível a todos e a qualquer hora, pensa ele; agora, no entanto, ao
examinar mais de perto o porteiro, com o seu casaco de pele, o grande nariz
pontudo, a longa barba tártara, rala e preta, ele decide que é melhor aguardar
até receber a permissão de entrada. O porteiro lhe dá um banquinho e deixa-o
sentar-se ao lado da porta.
Ali fica sentado dias e anos. Ele faz muitas tentativas para
ser admitido e cansa o porteiro com os seus pedidos. Às vezes o porteiro
submete o homem a pequenos interrogatórios, pergunta-lhe a respeito da sua
terra natal e de muitas outras coisas, mas são perguntas indiferentes, como as
que os grandes senhores fazem, e para concluir repete-lhe sempre que ainda não
pode deixá-lo entrar. O homem, que havia se equipado com muitos objetos para a
viagem, emprega tudo, por mais valioso que seja, para subornar o porteiro. Com
efeito, este aceita tudo, mas sempre dizendo:
-Eu só aceito para você não julgar que deixou de fazer
alguma coisa.
Durante todos esses anos, o homem observa o porteiro quase
sem interrupção. Esquece os outros porteiros e este primeiro parece-lhe o único
obstáculo para a entrada na lei. Nos primeiros anos , amaldiçoa-o em voz alta e
lamenta pelo acaso infeliz; mais tarde, quando envelhece, apenas resmunga
consigo mesmo. Torna-se infantil e uma vez que, por estudar o porteiro anos a
fio, ficou conhecendo até as pulgas da sua gola de pele, pede a estas que o
ajudem a fazê-lo mudar de opinião.
Finalmente sua vista enfraquece e ele não sabe se de fato
está ficando mais escuro em torno ou se apenas os olhos o enganam. Não obstante
reconhece agora no escuro um brilho que irrompe inextinguível da porta da lei.
Mas já não tem mais muito tempo de vida. Antes de morrer, todas as experiências
daquele tempo convergem na sua cabeça para uma pergunta que até então não havia
feito ao porteiro. Faz-lhe um aceno para que se aproxime, pois não pode mais
endireitar o corpo enrijecido. O porteiro precisa curvar-se profundamente até
ele, já que a diferença de altura mudou muito em detrimento do homem:
-O que é que você ainda quer saber? pergunta o porteiro.
Você é insaciável.
-Todos aspiram à lei - diz o homem. Como se explica que em
tantos anos ninguém além de mim pediu para entrar?
O porteiro percebe que o homem já está no fim e para ainda
alcançar sua audição em declínio ele berra:
-Aqui ninguém mais podia ser admitido, pois esta entrada
estava destinada só a você. Agora eu vou embora e fecho-a.
Sou contra cotas por raça, cor ou credo. Na minha opinião, só existe uma raça: a raça humana, e nada mais! É um absurdo tentar diferenciar, ou dar oportunidades as pessoas pela cor de sua pele. Mas, para não descontentar ninguém, façamos cotas, sem esquecer:
ResponderExcluir1. dos indígenas, pois eles são os legítimos donos da terra chamada Brasil;
2. dos negros, pois eles foram escravizados e muito discriminados;
3. dos japoneses, pois a eles foi dado pequenas áreas de terras e foram excluídos por terem fugido da guerra;
4. dos chineses, que são mantidos em seu país em regime servil, e vêm atras de novas oportunidades;
4. dos portugueses, por serem os descobridores do Brasil, e mesmo assim vastamente descriminados;
5. das loiras, por que são taxadas como burras;
6. dos nordestinos;
7. dos gaúchos;
8. dos alemães que até hoje são taxadas como nazistas pelo erro de um austríacos;
9. dos europeus em geral;
10. dos asiáticos;
11. dos árabes que são tidos como se fossem todos terroristas, o que não é verdade;
Daremos cotas a todos e assim todos ficarão felizes, isso é o certo?
Não quero aqui falar que está equivocada a ideia de cotas, na realidade ela é ótima, é perfeita mas está sendo abordada da forma errada. As cotas devem ser para os menos privilegiados, e não é a origem, a cor da pele, a cor do olho ou a religião que vai dizer que é, ou não e sim a condição social que a pessoa se encontra.
As cotas devem ser para os menos favorecidos no quesito economico-social. Não para quem tem essa ou aquela característica. Os direitos estão invertidos. Para o equilíbrio precisamos colocar o bem mais valioso da humanidade, o conhecimento, no lado desfavorecido da balança, por isso devemos partir do conceito real, fático e não da aparência. Sabe aquela velha frase: "Não se julga um livro pela capa", que está transcrita assim na nossa Constituição: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", cadê ela?
É isso mesmo!!!!!!!!!!!!1.....eu mandaria enfiar no cú!!!!!
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