Elinor Ostrom, prêmio Nobel de Economia, "garota com papo firme", morreu 12 de junho


 
colaboração de Vincenzo Lauriola

[Pesquisador do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa).]

 

 
“Nós temos uma década para agir antes que o custo econômico de soluções hoje viáveis tornem-se muito altos. Sem ação, corremos o risco de mudanças catastróficas e talvez irreversíveis no sistema que dá suporte à vida.”

O trecho acima é do parágrafo de fechamento do último artigo escrito e publicado por Elinor Ostrom, Nobel de Economia que morreu no dia 12 de junho, vítima de um câncer de pâncreas, aos 78 anos. No artigo, divulgado pelo site Project Syndicate, Elinor, que foi a primeira mulher a receber o Prêmio, escreve de forma inspiradora sobre a Rio+20 e deixa uma mensagem para a economia.

Ostrom mostrou como propriedade comum (água, terra etc.) pode ser administrada com sucesso não pelo Estado nem como propriedade privada, mas pelas organizações dos usuários daquela propriedade. Elinor seguiu um caminho atípico, marcadamente trans e pluridisciplinar, alimentado por pesquisas empíricas, evidenciando os aspectos “comunitários” do comportamento humano, se contrapondo marcadamente aos modelos ortodoxos do homo economicus. Participante desde a primeira hora do movimento de analise e critica ecológica da economia, cofundadora da Sociedade Internacional de Economia Ecológica (ISEE). Ostrom consagrou boa parte de suas energias intelectuais durante as últimas três décadas à International Association for the Study of Commons (IASC).
 
 
 
 

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