Lembrar é reagir! Esquecer é repetir

Memória da Chacina da Candelária


Madrugada do dia 23 de julho de 1993. Vários carros param em frente à Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro. Os ocupantes dos carros - policiais militares, em sua maioria, e civís - abrem fogo contra 72 crianças e adolescentes que estão dormindo nas proximidades da Igreja. Seis crianças e dois adolescentes assassinados, outros feridos.  trs e adolescentes, sem julgamento e sem

Candelária nunca mais!

Quinta-feira, die 21 de julho, das 18 às 22 horas, em frente à Igreja da Candelária, uma Vigília Ecumênica das Mães que perderam seus filhos na Chacina da Candelária. A celebração alertou a todos para que uma atrocidade como a da Candelária não se repita mais. Na sexta-feira (22), às 10 horas, foi celebrada uma Missa pelos 18 anos de morte dos Meninos da Chacina, na Igreja da Candelária. Em seguida, realizou-se a “Caminhada em Defesa da Vida! Candelária nunca mais!”

Maria do Rosário lembrou das "mães de maio da Baixada Santista, das mães do Espírito Santo e das mães de Realengo", pedindo que elas "encontrem em Deus a força para seguir adiante". Pais e alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, onde 12 crianças foram mortas este ano por atirador, ex-aluno, também participaram da vigília, da missa e da caminhada.

Sábado, dia 23, mães de vítimas da violência policial e representantes de instituições de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes participaram de outra manifestação de memória e protesto. De braços dados, reunidas diante da igreja, em torno da cruz com os nomes dos oito jovens mortos na chacina, o grupo de mulheres exibiu fotos de seus filhos desaparecidos, orou e soltou balões grafados com a palavra paz.

Durante o ato, uma lista como nome de 40 crianças e adolescentes mortos ou desaparecidos foi lida pela representante do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente Maria de Fátima Pereira da Silva. A entidade colocou sobre o gramado da praça em frente à igreja um cartaz com os dizeres: A Paz no Rio de Janeiro é possível; faça a sua parte.


Hoje, em frente à igreja há um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituido por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com sua epígrafe ilegível. Esse fato lembra de um outro vandalismo. Na véspera da Romaría dos Mártires, de Ribeirão Cascalheira, MT, o cartaz que lembrava o assassinado do padre João Bosco Penido Burnier, em 11 de outubro de 1976, foi desmontado e substituído por um outro com o epígrafe: “Índio bom é índio morto”. Lembrar é reagir! Esquecer é repetir! Indignai-vos!
P.S. 25.7.2011

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