O
Papa Francisco nos lembra: “Acreditar num Deus único que é comunhão trinitária,
leva a pensar que toda a realidade contém em si mesma uma marca trinitária” (cf.
LS 239). Tudo está interligado: Deus, as pessoas, a natureza, o cosmo. “O
mundo, criado segundo o modelo divino, é uma trama de relações” (LS 240), de
relações trifásicas.
Se
lembram ainda da “guerra do bem contra o mal” de Bush? Esse é o mundo binário,
fanático, fundamentalista e excludente que elimina o outro. É o mundo dos
justos contra os injustos, dos verdadeiros contra os mentirosos, dos deuses
contra os demônios. Esse mundo não permite as diferentes cores da realidade
social, psicológica e religiosa. Aplica as leis da física antiga às relações
humanas de hoje.
A
Trindade não aponta para a “terceira via” como resultado de um liquidificador
que mistura tudo, mas para um salto qualitativo, dialético, messiânico,
surpreendente. Esse salto resgata com sua memória subversiva o passado e
antecipa o futuro.
Neste
momento político, o Brasil precisa abandonar o sistema binário da luta dos bons
contra os maus. O país necessita fazer um salto qualitativo para sua realidade profunda,
que já contém a semente daquela possibilidade que está na nossa frente: a
inclusão do Terceiro.
Paulo Suess
Eis uma visão de mundo abrangente e alentadora.
ResponderExcluirDe fato, a alternativa ao individualismo doentio, bem como ao dualismo intransigente, que gera ódio, opressão, intolerância e violenta exclusão - a opção pelo "salto qualitativo, dialético, messiânico, surpreendente" - vem de encontro aos anseios dos que acreditam num mundo mais humano, solidário, capaz de promover "a inclusão do Terceiro".