Durban/África do Sul: Terminou a 17ª Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas


"Foi um momento histórico", celebravam os diplomatas à saída do centro de conferências de Durban, na África do Sul, na manhã de domingo. O pacote de decisões aprovado deu fôlego ao sistema multilateral e é um sinal positivo para equacionar o problema, mas está longe de salvar o clima. Os resultados da 17ª COP das Nações Unidas levam o mundo a um aumento da temperatura entre 3 ºC e 4 ºC, um horizonte de intensos desastres naturais.
 

Os principais pontos da Conferência do Clima de Durban

 194 países se reuniram na 17 rodada de negociações da Convenção do Clima da ONU, cuja meta é deter o aquecimento global ao limitar as emissões de gases do efeito estufa. A conferência durou dois dias além do previsto, na mais longa conferência ambiental realizada. O que foi obtido? Após duríssimas negociações, se chegou a "Plataforma de Durban". No documento de duas páginas, pela primeira vez, todos os países prometem cortar emissões. Um plano guiará os países em negociações até 2015 para que cheguem a um acordo legal de cortes. Porém, ele só começará a vigorar em 2020.

Foi um avanço ou um retrocesso?

Depende do ângulo que se olhe. Um sucesso em termos de manter as negociações vivas, salvando o processo da ONU, após este quase ter colapsado em Copenhague e Cancún. A União Europeia chama seu plano de ação (a Plataforma de Durban) de “avanço histórico”. Para a UE, essa é a primeira vez que EUA, China e Índia se comprometem a assinar um tratado de legal para cortar emissões. Porém, é um atraso do ponto de vista de muitos países em desenvolvimento, de grupos ambientalistas e de cientistas. Eles argumentam que a linguagem usada precisa ser mais forte para forçar os países a agir e que deveria haver datas concretas de cortes.

E o Protocolo de Kioto?

Ele será estendido até 2017, com metas de redução para a UE e poucos outros países desenvolvidos. Japão e Rússia já tinham anunciado que deixariam Kioto. Um novo acordo deve ser negociado para cobrir o período até 2020. Porém, Índia, China e EUA continuam de fora. Os dois primeiros porque não têm obrigação legal e os EUA por não serem signatários. Nesse período de intervalo países como o Brasil, que têm metas voluntárias, continuarão a fazer cortes de emissões.

E o dinheiro prometido em 2010 para ajudar os países pobres?

O Fundo Verde criado em Cancún deverá dispender US$ 60 bilhões por ano a partir de 2020. Porém, os detalhes de como isso será feito são muito vagos. Não está definido de onde virá o dinheiro. Uma das possibilidades são taxas sobre a aviação.

E os planos contra o desmatamento?

O REDD, o plano para pagar países pobres a não cortar suas árvores, avançou pouco. Mais uma vez, não ficou definido de onde virá o dinheiro. Há temor de que os recursos sejam desviados em corrupção. O REDD deverá continuar na mesa de negociação.

O que o acontecerá agora?

Rodadas sobre clima estão previstas para março, em Londres, em Bonn (Alemanha), e finalmente no Quatar, na COP-18, em dezembro de 2012. Embora a Rio+20 não tenha foco no clima, especialistas acreditam que ela será fundamental nesse sentido. Em 2012 começam as negociações para se chegar a um acordo em 2015. Isso incluirá as metas por países, que deverão ser diferenciadas. Se espera que países sejam pressionados pela sociedade a assumir metas mais ousadas.

[Fonte: O Globo. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/os-principais-pontos-da-conferencia-do-clima-de-durban-3428845#ixzz1gMzFJU1c]

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