Nello Ruffaldi, missionário sobrevivente
Véspera da Festa de Todos os Santos. De madrugado, cheguei em Florença, cidade dos Medici e de Savonarola. Visitei Nello, missionário do Cimi, na casa de seu irmão e cunhada onde repousa das seis quimoterapias, debelando seu CA de pulmão. Quem já sobreviveu um acidente de avião em plena selva amazônica, não se abala por pouca coisa. Assim encontro Nello animado, esperando a cirurgia que será feita em Roma, na clínica Gemelli. Desencontros com Nello são de curta duração. Encontrá-lo é sempre uma festa. Ficamos um dia juntos, lembrando aventuras e desaventuras no Cimi, lamentando a falta de missionários no Cururu, ponderando problemas e perspectivas do projeto do Comire de Belém na África que Nello coordina. Conversa de missionários velhos sobre o tempo que resta. Nesta altura do campeonato, nem lampejos institucionais nem dúvidas existenciais causam abalos císmicos na vida da gente. De noite voltei para Munich. Trem superlotado. Os corredores, um mar de malas e gente prostrada. Parecia um campo de batalha. A imagem se mistura com a conversa do companheiro. Me lembro da canção de Mercedes Sosa:
"Tantas veces me mataron,
tantas veces me morí,sin embargo estoy aquí
resucitando.
Gracias doy a la desgracia
y a la mano con puñal,
porque me mató tan mal,
y seguí cantando."
http://letras.terra.com.br/mercedes-sosa/63295/
Nossas mais sinceras orações para uma pronta recuperação do Padre Nello!
ResponderExcluirTrabalhei no Norte 2 no início da década de 90 e, desde então, conheço o Nello. Pode não ser muito tempo, mas foi o suficiente para ver nele um lutador e alguém que realmente acredita naquilo que faz.
E parabéns a você, Paulo, por postar esta homenagem singela, mas verdadeira e bela.
Lindomar Padilha
Obrigada, Paulo,
ResponderExcluirpor teu testemunho de nosso amigo irmão!
Nossa saudade tem o tamanho do orgulho que sentimos por ele e da esperança que alimentamos de sua recuperação! Deus com ele!
Anna Maria Rizzante Gallazzi (CPT/AP)