O Templo de Salomão, da Igreja Universal, movimenta o "mercado religioso"


 
A inauguração do Templo de Salomão, da Igreja Universal, reuniu nesta quinta-feira (31), petistas e tucanos na capital paulista. A cerimônia teve a presença, entre outras autoridades, da presidente Dilma Rousseff, do vice-presidente Michel Temer, do governador Geraldo Alckmin, dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e do ministro do STF Marco Aurélio Mello.São Paulo. Entre todas, uma passou a se impor na região: o novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus, inaugurado nesta quinta-feira (31/07). A construção custou 685 milhões de reais, pode receber até 10 mil visitantes e deve consolidar a posição da Universal no concorrido mercado das religiões brasileiras.

Os adjetivos “gigantesco” e “monumental” são os mais empregados pela mídia internacional para descrever o Templo de Salomão. A obra, que ocupa uma área quase quatro vezes superior à da Basílica de Aparecida, é vista como um símbolo do poder das igrejas evangélicas no Brasil, sobretudo da Igreja Universal do Reino de Deus. “Essa igreja é baseada, essencialmente, na ideia de cura espiritual e de teologia da prosperidade. (...) No Brasil, ela tem 6 mil templos”, escreve o jornal católico francês La Croix. O diário também destaca a presença da presidente Dilma Rousseff na inauguração, mas lembra que, em 2001, o fundador da igreja, Edir Macedo, enfrentou problemas com a Justiça. “Ele foi acusado de pelo Ministério Público de São Paulo por lavagem de bilhões de dólares obtidos dos fiéis em troca de falsas promessas de ajuda espiritual”, lembra La Croix.

De acordo com o IBGE, o segmento religioso dos evangélicos foi o que mais cresceu no Brasil entre 2000 e 2010. Foi de 15,4% da população brasileira para 22,2%, um aumento de 16 milhões no número de adeptos, totalizando hoje 42,3 milhões. Como comparação, o percentual de católicos diminuiu de 73,6% para 64,6%. Mensagem para os pobres

Em 2010, entre os adeptos de igrejas evangélicas de origem pentecostal, a Universal (1,87 milhão) era a terceira, atrás apenas da Assembleia de Deus (12,3 milhões) e da Congregação Cristã do Brasil (2,2 milhões).

Ela inclui a cura pela fé, que responde a uma demanda específica da população mais pobre; a teologia da prosperidade, em que a Igreja incentiva que as pessoas procurem empregos e criem redes de contato para saírem da exclusão social; além do uso dinâmico de meios de comunicação e de ferramentas de internet.

"São comunidades que não têm condições de sustentar um pastor em tempo integral", explica Abumanssur. "Geralmente o pastor é um trabalhador, por exemplo funcionário público ou taxista, que, no domingo à noite, abre um templo. Muitas vezes funciona na garagem da casa dele", completa o especialista da PUC-SP.

A Universal, em particular, perdeu adeptos entre 2000 e 2010 – passou de 2,1 para 1,87 milhão. Mas não dá mostras de enfraquecimento: na década passada, a igreja ampliou seus espaços na política institucional, e a TV Record, de sua propriedade, se consolidou como o segundo canal de televisão aberta do país em audiência.

Passou, ainda, a estar presente em mais de cem países. Nos EUA, onde iniciou seu processo de internacionalização, chega a ter mais de 190 templos. Já na África do Sul, são mais de 380. Existem ainda unidades no Japão, em Moçambique, na Letônia, na Rússia, na Grécia e na China.
 

A construção, que tem altura equivalente a 18 andares, apresenta detalhes impressionantes. A iluminação da fachada, no valor de 22 milhões de reais, promete imitar o entardecer em Jerusalém. Cerca de 40 mil metros quadrados de pedras foram importados de Hebron, em Israel, por 30 milhões de reais, para revestir as paredes do megatemplo. Dois telões trazidos da Bélgica, próximos ao altar, facilitarão a visão dos fiéis.

O complexo contará com escolas bíblicas com capacidade para comportar aproximadamente 1,3 mil crianças, estúdios de televisão e rádio, auditório, além de hospedagem para pastores. Para atrair fiéis de outras Igrejas, a Universal não vai usar seu nome nem a inscrição "Jesus Cristo é o Senhor" – comum em seus edifícios – no megatemplo.

Um comentário:

  1. A presente reportagem, como noticiário jornalístico, é de interesse geral e certamente desperta alguma curiosidade e até admiração pelo impactante megatemplo. Confesso, no entanto, que espero nesse respeitável blog apresentação de temas palpitantes, especialmente referentes à defesa dos Direitos Humanos, à luta pela causa Indigenista, pela ética na Política ...enfim, as grandes aspirações por Justiça Social e afins....
    Não que eu tenha a absurda pretensão de pautar as linhas desse espaço - sou apenas uma admiradora da vasta produção teológica, filosófica e poética do admirável blogueiro - que se revela com um arguto olhar jornalístico, nessa matéria concisa, objetiva e imparcial! Parabéns!!!! Você consegue surpreender sempre!!!!!

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