
Despejo de comunidade Terena
A Bandeira do Divino
Os devotos do Divino vão abrir sua moradap´ra bandeira do menino ser bem-vinda, ser louvada.
Deus nos salve esse devoto pela esmola em vosso nome
dando água a quem tem sede, dando pão a quem tem fome.
A bandeira acredita que a semente seja tanta,
que essa mesa seja farta, que essa casa seja santa.
Que o perdão seja sagrado que a fé seja infinita,

que o homem seja livre, que a justiça sobreviva.
Assim como os três reis magos que seguiram a estrela guia,
a Bandeira segue em frente atrás de melhores dias.
No estandarte vai escrito que ele voltará de novo,
que o rei será bendito - ele nascerá do povo.
(V. Martins/I. Lins)
a Bandeira segue em frente atrás de melhores dias.
No estandarte vai escrito que ele voltará de novo,
que o rei será bendito - ele nascerá do povo.
(V. Martins/I. Lins)
Sejamos testemunhas vivas de esperança pascal neste mundo de egoísmo
No domingo, 16 de maio, em passagem por Goiânia, dom Pedro Casaldáliga brindou velhos amigos com um encontro de vida e esperança. Uma celebração eucarística foi realizada, simples e verdadeira. Dom Pedro começou a homilia com palavras de esperança ressaltando: "A esperança está nos detalhes, nos pequenos detalhes... porque a vida é feita de detalhes e a morte é o último deles". Cada pessoa presente relatou, de modo simples, o que é a esperança e de que modo ela surge na sociedade. Em meio às lutas dos povos indígenas, nas caminhadas dos movimentos, no trabalho de cada um. Para Pedro, a esperança deve ser feita de fé e prática, e não deve ser apenas o ato de esperar. "Sejamos testemunhas vivas de esperança pascal neste mundo de egoísmo", pediu aos amigos. Para cada um que visitou figura tão importante das lutas sociais - um verdadeiro exemplo de coerência de vida - escutar as palavras de dom Pedro foi um verdadeiro sopro do Espírito Santo. A questão da terra e a Igreja Católica no Brasil
Para as centenas de povos indígenas que ocupavam a Pindorama, a terra das Palmeiras, seja a terra, sejam as águas vindas da terra por fontes, mares e rios ou caídas do céu por chuvas e orvalho, sejam as matas ou sementes, plantas e tubérculos, sejam os animais e pássaros estavam carregados de um sentido sagrado: escondiam e revelavam o mistério da divindade. A terra era sagrada, fonte de vida e alimentação, lugar de comunhão com as forças da natureza e por último com o próprio criador, pai e mãe de todas as coisas e também dos humanos. Abrigava também os espíritos maus que traziam doenças e a morte. Se não tinham senso de propriedade privada, pela forma familiar e comunitária de vida e trabalho, demarcavam e defendiam e seu território de caça, pesca, coleta ou plantio, como garantia de sobrevivência da tribo.Hospede convidado ao blog: José Oscar Beozzo
A memória não prescreve: na PUC-SP, lideranças Guarani Kaiowá denunciam violência (assista: "Terra negada violencia ampliada")
No dia 7 de maio 2010, representantes Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul estiveram na PUC-SP para denunciar a violência contra seu povo e pedir apoio. Com os incentivos ao agronegócio, a violência no Mato Grosso do Sul aumenta a cada dia. Em 2006 foram mortos 28 indígenas naquele Estado, em 2007, 53 indígenas, e em 2008 42 pessoas. A Reserva Indígena de Dourados, MS, por exemplo, melhor seria chamada de “Confinamento Indígena”: em 3 mil hectares de terra foram confinados 18 mil indígenas. Os espaços ínfimos de terras habitadas pelos índios contrastam com as terras disponibilizadas para o plantio da cana-de-açúcar. Uma usina de açúcar ocupa, no mínimo, uma área de 30 mil hectares. Na safra 2008/9, a ETH Bioenergia, braço energético do Grupo Odebrecht, produziu 200 milhões de litros de etanol e 130 mil toneladas de açúcar. Em 2009, a ETH inaugurou três usinas, nos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. A meta da ETH é produzir 470 milhões de litros de etanol e 160 mil toneladas de açúcar na safra 2009/10. “Nossa aposta é que o Centro-Oeste (GO, MT, MS) será a região de vocação natural para a expansão da cana-de-açúcar”, declarou José Carlos Grubisich, presidente da ETH Bioenergia. A expansão do agronegócio configura a violência contra os povos indígenas da região.
Na semana em que as lideranças indígenas estiveram em São Paulo, iniciou-se o julgamento dos acusados do assassinato do cacique Marcos Verón (72), que ocorreu em janeiro de 2003, em Juti, MS. Por não haver isenção nos julgamentos envolvendo indígenas naquele estado, o Ministério Público Federal pediu que o processo fosse julgado na capital paulista. No segundo dia, o julgamento foi transferido para o dia 21 de fevereiro 2011, confirmando o dito de uma das advogadas dos Guarani Kaiowá: “Se os índios são réus, os processos andam com certa rapidez, se os índios são vítimas, os processos são engavetados ou prescrevem pela morosidade da justiça”.Valdelice Veron, filha do cacique assassinado, perguntou a plateia num depoimento comovente naquela noite no pátio do Museu da Cultura da PUC-SP: “Que história vou contar para meus filhos? Meu bisavô e meu avô foram assassinados pela “Matte Laranjeira”, meu pai foi assassinado pelos jagunços do latifúndio. Rolindo e Genivaldo, meus colegas professores, foram assassinados este ano. Tudo permanece impune até a prescrição do processo. Isso não é normal. Meu coração sangra muito. Pra quem a gente vai clamar? De nós esperam que deixemos de ser índios. Mas nós não vamos deixar de ser índios. Onde um cai, outro se levanta!”
Autor: Paulo Suess, presente no dia 07.10.2010 na PUC-SP
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