Representantes de instituições
públicas e entidades da sociedade civil atenderam ao chamado do Ministério
Público Federal (MPF) em Rondônia e criaram o Grupo Clamor (Cinta Larga: Amigos
em Movimento pelo Resgate). Os participantes do grupo terão como objetivo
buscar e propor soluções, em conjunto com os indígenas, para a situação daquele
povo.
Durante a reunião pública, os
participantes puderam iniciar o conhecimento sobre aquela população indígena e
a situação em que estão devido ao garimpo ilegal de diamantes em suas terras;
sendo que a triste situação em que se encontram está diretamente ligada à
omissão do governo federal. “O descaso do governo federal com esse povo pode
causar o extermínio desses índios”, enfatizou Trindade. Um dossiê Cinta Larga
foi entregue aos participantes da reunião.
Depoimentos
O cacique Nacoça Pio Cinta Larga
relatou, durante a reunião pública, uma parte da história de seu povo. Ele
contou como sobreviveu após o Massacre do Paralelo 11, nome dado ao episódio
que causou destruição de aldeias cintas largas na década de 1960, matando cerca
de 3,5 mil índios e pelo qual o Brasil foi, pela primeira vez, denunciado
internacionalmente por genocídio. “Da nossa aldeia escaparam só quatro meninos.
Ficamos durante muito tempo perdidos na floresta até acharmos os (índios) mais
velhos”, contou.
Marcelo Cinta Larga falou sobre o
preconceito que seu povo sofre. “Nós recebemos o preconceito de que o povo
Cinta Larga não precisa de um projeto, não precisa de apoio, porque existe
diamante em seu território, que dormimos em berço de ouro. Por isto o governo e
as ONGs deixam de nos apoiar. Isto é muito triste. Algumas mídias dizem que
povo Cinta Larga não presta, que é assassino, que rouba. Isto não é verdade. O
povo Cinta Larga não entende muito ainda (a cultura do não índio) e precisa de
capacitação”, afirmou.
[fonte: Instituto
Humanitas Unisinos, 26.4.2013]
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