Adeus guerreira Kaiowá Guarani
Egon Heck
Léia incansável
lutadora pelos direitos de seu povo e em especial das comunidades de Nhanderu Marangatu/ Campestre,
procurou fazer do espaço da escola uma trincheira na luta pela terra, e
formação de guerreiros, participantes ativos das lutas pelos seus direitos.
Ela viveu intensamente as lutas e contradições de seu povo.
Juntamente com as lideranças Hamilton Lopes e Loretito empenhou-se para evitar
a expulsão de seu povo da terra já demarcada e homologada pelo presidente Lula
em março de 2005 e suspensa liminarmente pelo ministro do STF Nelson Jobim.
Para que o mundo saiba
“Venham, convidem as lideranças reunidas em Sombrerito.
Venham testemunhar o que vai acontecer aqui. Venham ficar em vigília conosco.
Queremos dizer ao mundo o que vão fazer conosco aqui amanhã”, dizia Léia, não
conseguindo esconder seu nervosismo e indignação. Com os alunos e professores
fizeram uma série de cartazes e faixas que no outro dia, iriam estar presentes
na estrada da resistência, aguardando a polícia, com seu pelotão de choque para
enfrentar um povo apenas armado com a esperança e secular resistência. E Léia
lá estava com seus alunos e colegas testemunhando a covardia da expulsão,
ameaças, voos rasantes de helicóptero, casas queimadas e um monte de
prepotência. “Não somos bandidos. Queremos apenas a nossa terra”. Era 15 de dezembro de 2005. Dia de intenso sofrimento que jamais se
apagará namemória da luta e resistência desse povo.
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