Voz indígena no seminário “Catequese, Protagonismo Indígena e Inculturação”, Manaus.



Pe. Justino Sarmento Rezende –
Tuyuka, do Rio Negro


Justino Sarmento Rezende –
Tuyuka, do Rio Negro

 Amigo e amiga! Cada dia é um novo dia!
Cada dia é o presente mais bonito que recebemos do Criador.
O dia por si mesmo é divino, misterioso e lindo!
Cada dia é plenitude de nossa vida,
Nesse lindo dia, Pe. Luiz Alves de Lima,
Abrilhantou falando-nos entusiasmadamente sobre a Iniciação à Vida Cristã.
Fez ressoar a mensagem sobre as histórias das catequeses em nossos corações indígenas e corações missionários.
A Iniciação Cristã não nasceu originalmente em meio aos povos indígenas.
As Iniciações Indígenas, sim, nasceram das culturas indígenas.
O desafio agora é facilitar o enamoramento da Iniciação Cristã com as Iniciações Indígenas.
Um dia elas vão se casar e ter muitos filhos, netos, bisnetos.
A vivência da Iniciação Cristã para nós indígenas é bem complicado.
A Igreja que chegou com os missionários europeus complicou as nossas vidas.
Agora temos que descomplicar nossas histórias atuais.
Dentro de nossas culturas indígenas já existe o Bem – Sementes do Verbo.
Muitos missionários deram suas vidas em favor das vidas indígenas.
O mundo está mudando cada momento. Nós também mudamos.
A descristianização e a secularização nos atingem, enfraquecem nossa fé.
Devemos superar as falhas de nossas práticas de fazer a catequese,
Os processos ou itinerários de Iniciação Cristã poderão nos ajudar nas práticas.
É um processo exigente, prolongado, de acolhimento dos segredos da fé; da vida revelada em Cristo Jesus e celebrada na Liturgia.
Depois da Iniciação à Vida Cristã veio o tema sobre o diálogo inter-religioso, intercultural e Teologia Índia.
Quem nos falou do fundo do coração foi um indígena, nosso parente, indígena Zapoteca, do México, Pe. Eleazar Lopez.
Abriu o seu coração e as suas histórias diante de nós, seus parentes e seus amigos, amigas.
Contou-nos que nas histórias da Igreja nós indígenas fomos muito discriminados e marginalizados.
Os missionários antigos pensavam que entre nós o Senhor Deus não estava! O que estaria entre nós? Os males, o diabo!
De algumas décadas para cá a Teologia Índia vem procurando mostrar para Teologia oficial que Deus já estava conosco.
Mas a Teologia oficial fica desconfiada.
É importante entrar nas culturas indígenas e encontrar Deus lá.
Deus não está longe das culturas indígenas, mas está dentro,
Ele está ai dentro dando vida para todos.
Quando os medos da Igreja nos atingem, vivemos no Bilinguismo Religioso, isto é, somos cristãos e em outros momentos somos apenas indígenas.
Os estudiosos começam a pensar: onde está o indígena e onde o cristão?
Há tentativa de juntar o cristão e o indígena.
O desafio para a Igreja-Instituição é aprender a dialogar com os diferentes, com os indígenas.
O barco de não diálogo não tem futuro, vai fracassar, vai afundar!
Para a sociedade ocidental, Deus é só homem.
Para os povos indígenas Deus é feminino, também.
Que tal falar de Deus Casal?
Casal que tem filhos e filhas!
Mas com paciência vamos influenciado e contribuindo com a nossa Igreja.
Pe. Paulo Suess disse que o essencial das culturas indígenas e vida cristã é a VIDA, O AMOR.
Cada povo vai criar maneiras próprias de amar, amar, amar.
A essência de Deu é o Amor: Deus nos Ama, Deus defende nossa vida.
Pe. Eleazar mostrou a grande capacidade indígena de criar e recriar as novenas, procissões... Ai vive as suas devoções.
Aqui precisamos ser respeitados e respeitar as diversidades culturais.
Não precisamos anular, deletar as diferenças.
Com as diferenças e dentro das diferenças é que nós vamos construir a vivência fraterna, a vida no amor.
É isso que nós e o mundo precisamos!


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