Com 90 anos, morre
Irmã Genoveva,
missionária junto ao povo Tapirapé.
INSCRIÇÃO PARA UMA LAREIRA
Homenagem a Ir. Genoveva
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...”
Mario Quintana
Três irmãzinhas
chegaram ao Brasil no dia 24 de junho de 1952, com o objetivo de morar junto
com os Tapirapé, numa casa como a dos indígenas, passando a ter a mesma
alimentação e o mesmo estilo de vida.
“Ir aos esquecidos,
aos desprezados, pelos quais ninguém se interessa”, são as palavras da
Irmãzinha Madalena, fundadora da Fraternidade. As Irmãs Genoveva, Clara e
Denise, quando chegaram à aldeia Tapirapé, encontraram um povo sobrevivente com
cerca de 50 pessoas. Na foto ao lado, as Irmãzinhas de Jesus com Dom Pedro
Casaldáliga.
Hoje, cerca de 800
Tapirapé, em sua maioria crianças e jovens, vivem nas aldeias Majtyritãwa,
próxima a Santa Terezinha,´Tapiitãwa, Wiriaotãwa, Akara´ytãwa e Xapi´ikeatãwa,
na área indígena Urubu Branco, próxima da cidade de Confresa.
O respeito às
crenças, ao estilo de vida e aos costumes dos Tapirapé foi o que fez das
Irmãzinhas as principais aliadas deste povo durante todos estes anos. As lutas
foram muitas e a determinação destas mulheres ainda maior.
“Queríamos viver no
meio deles o amor de Deus que não deseja outra coisa senão que vivam e cresçam
como Tapirapé”, afirmava a Irmãzinha Genoveva, que vivia junto ao povo.
Logo na chegada,
deram atenção especial à saúde, pois os indígenas estavam muito expostos ao
contágio de doenças levadas pelos não-índios. Era a primeira vez que a
“fraternidade” se estabelecia numa comunidade indígena em solo brasileiro.
Muita coisa aconteceu durante esses 60 anos. Os Tapirapé, que pareciam estar
próximos da extinção, conseguiram se recompor.
O Povo Tapirapé
O quase extermínio
dos Tapirapé se dá a partir de 1909, quando a população de aproximadamente 2000
índios foi exposta às doenças trazidas pelos não-índios. Epidemias de gripe,
varíola e febre amarela acabaram com duas aldeias. Outro agravante da
diminuição e dispersão dos Tapirapé foram as disputas existentes com os Kayapó,
que viviam na mesma região. Em 1935, já estavam reduzidos a 130 pessoas e, em
1947, estavam com apenas 59.
Foi nesse ano que
ocorreu o grande ataque Kayapó. Aproveitando a ausência dos homens que haviam
saído para a caça, a aldeia Tampiitãwa foi praticamente destruída e várias
mulheres e meninas raptadas. Com a chegada das Irmãzinhas, em 1952, a situação
começa a ser controlada. Com isso, podemos dividir a história Tapirapé em duas
etapas - antes e depois das Irmãzinhas.
Testemunho de
doação
Desde 1952, quando
chegou à aldeia, Genoveva, ou simplesmente Veva nunca mais saiu de perto dos
Tapirapé. Veva nasceu no dia 19 de agosto de 1923, em Valfraicourt, um lugarejo
da França. De aparência frágil, cabelos brancos, há muitos anos acordava todos
os dias antes do sol para cuidar da pequena roça que cultivava atrás das casas
de taipa da aldeia Urubu Branco, a maior do povo.
O respeito total à
cultura e ao processo histórico deste povo fez com que os Tapirapé se salvassem
e se multiplicassem, tornando-se um povo alegre e seguro. Das religiosas, Veva
era a única Irmãzinha que permanecia na aldeia desde o começo da missão.
Atualmente vivia numa casa simples, como as outras dos indígenas, em companhia
das colegas Odila e Elizabette.
[fonte: Cimi/CPT]
Veva, me aguarde! |
Paulo, un saludo fraterno desde Araucanía. Por estos lados, las Hermanitas hacen un hermoso camino con el pueblo pobre, un trabajo silencioso y un gran testimonio. También en el lado argentino junto a los mapuche.
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