Do Estado que temos ao Estado que queremos construir: Aberta a 5ª Semana Social Brasileira



Um novo Estado, caminho para uma nova sociedade do bem viver: Estado para que para quem?


O Estado que temos e o Estado que queremos: esta é a pauta do seminário nacional da 5ª Semana Social Brasileira (SSB), que foi aberto na tarde desta segunda-feira, 2 de setembro, em Brasília. O evento, que se estende até a próxima quinta-feira, reúne o resultado das reflexões realizadas sobre o tema nos regionais da CNBB desde 2011. A solenidade de abertura foi presidida pelo arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis.

É discutível, se o novo Estado é o caminho para uma nova sociedade do bem viver ou se uma nova sociedade do bem viver é o caminho para um novo Estado. Primeiro a sociedade e depois o Estado ou primeiro o Estado e depois a sociedade? Certamente há um interdependência entre ambos, mas o Estado se alimenta de valores da sociedade.

“É papel da Igreja discutir o Estado?”, questionou dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB. “É missão, sim, da Igreja abraçar essa discussão, pois envolve o homem e a mulher e tudo o que diz respeito ao ser humano e à vida”, ressaltou, comentando que é obrigação de todo cristão/ã se envolver nessas discussões e que é preciso coragem para isso, já que o diálogo “com o Estado que temos” não tem sido fácil.
Para a secretária geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), pastora Romi Bencke, este tema “é muito provocativo” e necessário de ser discutido, já que muitos direitos são negados à população. “O debate acontece em um momento oportuno no país, pois estamos num momento histórico de debate sobre Reforma Política. Vivemos um contexto de retrocesso e fragilização dos direitos. Esse é o contexto complexo e provocatico em que a Semana Social se realiza”, pontuou.
A metodologia da Semana pretende destacar os atuais desafios no enfrentamento com o Estado e as conquistas obtidas. Numa primeira mesa de debates serão apresentados os resultados dos “Impactados pelo Estado que temos”. Serão ouvidos depoimentos dos Comitês Populares da Copa, dos atingidos pelas mudanças sócio ambientais – MONADES, dos representantes dos povos tradicionais e do Movimento dos atingidos pelas atividades mineradoras.


Serão realizadas ainda 11 oficinas temáticas que aprofundarão temas específicos: Estado e Direitos sociais (educação, saúde); Estado e Meio ambiente; Estado e Reforma urbana; Estado e Trabalho; Estado e Meios de comunicação; Estado, Divida publica e Reforma tributaria; Estado e Juventudes; Estado e Sociedade Civil (Marco regulatório); Estado e Territórios (comunidades tradicionais); Estado e Violência e Estado e Direitos Humanos. As oficinas serão o lugar para socializar as propostas em andamento na sociedade, no enfrentamento ao Estado que temos, em vista da construção do Estado que queremos.

Fonte: Tatiana Félix (Adital) e: http://www.semanasocialbrasileira.org.br

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