Pirâmides de Tikal |
No dia 21 de dezembro conclui o período de 5.200 anos que os
antigos maia determinaram como o início de uma nova era para a humanidade. As
autoridades da Guatemala lembram a data no centro arqueológico de Tikal. Os
milhões de indígenas que não foram convidados para festa, assinalou Rigoberta
Menchú, ganhadora do Nobel da Paz de 1992, celebrarão o 13° B'aktun "em
silêncio" e "na intimidade" de sua espiritualidade, longe das
luzes e das câmaras. Os mais de US$ 6 milhões que o governo guatemalteco
destinou à celebração do 13° B'aktun foram investidos para atrair os turistas
estrangeiros para as celebrações oficiais da data, mas não para motivar a
participação dos seus descendentes diretos, que, segundo números oficiais,
representam mais de 42% dos 14 milhões de habitantes do país centro-americano.
E o fim do mundo? Cientistas afirmam, o fim do mundo já
começou, mas a agonia será lenta. Guerra nuclear, pandemia viral, mudança
climática: a suposta profecia maia do fim do mundo não será cumprida, mas o
Apocalipse já começou e agonia será lenta, alertam os cientistas.
Parte da reportagem é
publicada pelo portal Terra, 20-12-2012.
Rigoberta Menchú |
"A Terra existe há mais de quatro bilhões de anos e
passarão muitos anos antes do Sol tornar nosso planeta inabitável",
insistiu o cientista, que criticou as "ridículas" versões que preveem
o fim do mundo neste 21 de dezembro de 2012, injustamente atribuído ao
calendário maia. Em quase cinco bilhões de anos, o Sol se transformará em
"gigante vermelho", mas o calor crescente terá, muito antes,
provocado a evaporação dos oceanos e o desaparecimento da atmosfera terrestre.
O astro solar resfriará depois, até a extinção, mas isto não nos dirá respeito,
explica.
"Até lá, não existe nenhuma ameaça astrônomica ou
geológica conhecida que poderia destruir a Terra", afirma David Morrison.
A ameaça poderia vir do céu, como demonstram algumas produções de Hollywood que
descrevem gigantescos asteróides em choque com a Terra?.
Uma catástrofe similar, que implica um astro de 10 a 15 km
de diâmetro, caiu sobre a atual península mexicana de Yucatán, causando
provavelmente a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos. Os astrônomos
da Nasa afirmam que não é provável que aconteça uma catástrofe similar, em um
futuro previsível.
"Estabelecemos que não há asteroides tão grandes perto
de nosso planeta como o que terminou com os dinossauros", disse o
cientista, acalmando os temores de alguns sobre um fim do mundo em breve. Além
disso, se um asteroide provocou a extinção dos dinossauros e de muitas
espécies, não erradicou toda a vida na Terra. A espécie humana teria a
oportunidade de sobreviver, destaca.
Sobreviver a uma pandemia mundial de um vírus mutante, do
tipo gripe aviária H5N1, poderia ser mais complicado, mas "não provocaria
o fim da humanidade", explica Jean-Claude Manuguerra, especialista em
virologia do Instituto Pasteur de Paris.
"A diversidade de sistemas imunológicos é tão
importante que há pelo menos 1% da população que resiste naturalmente a uma
infecção", afirmou o especialista da revista francesa Sciences & Vie,
que consagrou um número especial ao fim do mundo.
Mercado de Chichicastenango |
Apesar da tese de uma guerra nuclear ter perdido força desde
o fim da Guerra Fria, não desapareceu completamente. O número de vítimas
dependeria de sua magnitude, mas inclusive um conflito regional - como entre
Paquistão e Índia ou entre Israel e Palestina- bastaria para causar um
"inverno nuclear" com efeitos em todo o planeta, como uma queda das
temperaturas que impossibilitaria a agricultura. Os cientistas demonstram
inquietação com a mudança climática a alertam que o aquecimento do planeta é o
que mais se parece com o temido fim do mundo.
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