As
avós alegres (Buranowskije Babuschki) de Udmúrtia, uma pequena unidade política
da Federação Russa, conquistaram os corações do Festival Eurovisão da Canção
(Eurovision Song Contest/ESC). Este ano, o Festival foi realizado em Baku,
capital de Azerbaijão. No dia 24 de maio, as oito mulheres da aldeia Buranowo,
que representaram a Russia no Festival de Baku, passaram com facilidade pelas
semifinais do evento.
Buranowo,
a aldeia das Babuschki, é uma cidadezinha sem água encanada, sem asfalto, sem
canalização como milhares de aldeias no interior da Russia. “Party for
everybody” é o título da canção que as avós alegres de Buranowo cantaram no
Festival. Fora do refrão em inglês, o texto da canção é em udmúrtia, uma língua
com raízes na Hungria e Finlândia, hoje falada por 320 mil pessoas.
“Cantar
faz parte da vida em Udmúrtia”, diz a velha Galina Konjewa. “Quem está doente
dever ir ao mato e cantar. Logo recupera a saúde”. As Babuschki traduzem
canções modernas ao udmúrtia. Até “Let it be”, dos Beatles, faz parte de seu
repertório. As avós alegres resistiram a tentativas de produtores do Festival de
fazê-las comprar roupas novas. “Queriam fazer de nós avós para o museu”, conta
Walentina Pjatschenko, com 74 anos. “Temos que conservar a nossa cultura. É
difícil, sobretudo com a migração dos jovens para as grandes cidades”.
Quem
em Udmúrtia alcança 70 anos é um resistente. Segundo a Organização Mundial de
Saúde (WHO), a região tem, desde os anos de 80, a taxa mais alta de suicídios do
mundo. Alcoolismo e a hipersensibilidade dos homens produzem uma taxa alta de
suicídios. As pessoas mais conhecidas de Udmúrtia são o inventor e fabricante
de armas Michail Kalaschnikow e o componista Pedro Tschaikowski. Os moradores
de udmúrtia têm uma religião xamânica que os liga, profundamente, com a
natureza.
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