49ª Assembleia Geral da CNBB: Destaque para a causa indígena


Na coletiva de imprensa,
dom Erwin Kräutler defende os povos
 indígenas do Brasil e o povo de Altamira/PA.


Dom Erwin Kräutler, bispo prelado de Xingu - PA, 
presidente do Cimi
“Luto contra Belo Monte há 30 anos”, disse o bispo da prelazia do Xingu, dom Erwin Kräutler, na coletiva de imprensa, realizada na tarde desta sexta-feira, 6, em Aparecida (SP). Baseados em estudos de renomados professores e de instituições internacionais, o bispo reafirmou a sua opinião contrária à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo erguida no rio Xingu, no estado do Pará. O bispo disse que o atual governo brasileiro não está se preocupando com os povos indígenas e que a sua causa não é levada a sério.

Dom Tomás Balduino,
na origem do Cimi
 Em sua comunicação à Assembleia Geral, poucas horas depois da coletiva, dom Erwin falou da criminalização das lideranças indí-genas: "Outra questão que muito nos preocupa é a prática da criminalização das lideranças dos povos indígenas. A omissão do governo na demarcação das terras e a ação governamental, na implementação de projetos desenvolvimentistas, fez emergir, como efeito até almejado por todos nós, a organização dos povos e comunidades indígenas para fazer avançar os procedimentos de demarcação, bem como, para evitar a construção dos empreendimentos causadores de impactos danosos sobre as suas terras e suas vidas" (cf. a íntegra do pronunciamento: http://www.cimi.org.br/ ).

Eden Magalhães,
secretário do Cimi
 Na coletiva de imprensa, dom Erwin ainda destacou: “Desde 1982, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), do qual sou presidente, é o braço indigenista da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Graças a Deus estamos lutando pela causa indígena, e a CNBB nos apoia, porque é uma instituição que valoriza a vida”.

Dom Roque Paloschi,
bispo de Roraima
 Dom Erwin Kräutler apresentou também um balaço da situação dos povos indígenas. “Há 182 terras indígenas ameaçadas no Brasil por todos os tipos de atrocidades. 108 povos estão em estado crítico. O projeto de Belo Monte prevê a construção de uma barragem principal no rio Xingu, localizada a 40 km abaixo da cidade de Altamira (PA), da qual sou bispo. Se isso acontecer, 1/3 da cidade ficará embaixo d’água. O Governo precisa nos ouvir”, enfatizou.
O bispo ressaltou que não está sozinho nesta luta. “A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou oficialmente que o Governo brasileiro suspenda imediatamente o processo de licenciamento e construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, citando o potencial prejuízo da construção da obra aos direitos das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu. Hoje tenho certeza que Belo Monte dará um prejuízo, não apenas ecológico, humano, social e cultural, como também financeiro”, finalizou dom Erwin Kräutler.
(texto e imagens: http://www.blogdacnbb.com/ )

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