Encerrado o “Ano da Fé - abertura do “milênio de esperança



No dia 19 de novembro, em que a Pontifícia Comissão para América Latina (CAL) esteve reunida na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe para encerrar o “Ano da Fé", um grupo de ex-alunos do curso de pós-graduação de Missiologia, em São Paulo, e amigos da causa indígena encerraram seu “Simpósio Missiológico” com a abertura de um “milênio da esperança". Foi um evento de celebração, comemoração e projeção em torno dos 50 anos do Concílio Vaticano II.


O “Simpósio Missiológico” reuniu sobreviventes do tempo pós-conciliar com a memória perigosa do Vaticano II cujo legado - uma pedra preciosa - aranhamos apenas com o prego enferrujado de um tradicionalismo sem audácia imposto pela “alfândega pastoral”, como o Papa Francisco diria. A presença do papa do “fim do mundo”, na Igreja universal, e sua luta contra os coveiros fundamentalistas do concílio, abrem novas perspectivas na sua realização.

Os participantes do simpósio trabalham hoje em diferentes trincheiras pastorais e missões, onde a memória perigosa tem nomes concretos: povos indígenas e Teologia Índia, descolonização litúrgica e inculturação da esperança, pastoralização das estruturas eclesiásticas e do direito canônico, auto-referencialidade e clericalismo, igualdade ministerial entre homens e mulheres e reconhecimento da alteridade em todas as suas dimensões. Dois dos nossos ex-alunos se tornaram bispos, nosso Aymara Carlos Intipampa, da Igreja Metodista, em Bolívia, e o Passionista Luiz Fernando Lisboa, em Moçambique.

Ao anoitecer, enquanto grupos folclóricos dançaram na praça entre a velha e a nova Basílica, preparando as festividades de Nossa Senhora da Guadalupe, membros da CAL convidaram seus participantes para rezar o terço na Basílica. A presença de Raul Vera, bispo de Saltillo, no final do encontro missiológico, tornou com sua intervenção o óbvio, público e nos lembrou que “a dimensão profética é dimensão essencial da missão evangelizador da Igreja”.
Paulo Suess


D. Raul Vera 

e

 Clodomiro Siller







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