Aos 13 anos, Malala Yousafzai
alcançou notoriedade ao escrever um blog para a BBC sob o nome de Gul Makai,
explicando sua vida sob o regime do Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP). O TTP,
formado em 2007, é um grupo que reúne várias facções militantes operando nas regiões
tribais do noroeste do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Na área
de sua influência, o Taliban forçou o fechamento de escolas particulares e
proibiu a educação de meninas entre 2003 e 2009.
Em 9 de outubro de 2012, Malala foi
atacada por um miliciano do TTP em Mingora e levou um tiro na cabeça à
queima-roupa, quando saía da escola em Swat Valley, no Paquistão, a noroeste da
capital Islamabad, depois de fazer campanha contra os esforços do islamista
Taliban de negar educação às mulheres. O porta-voz do TTP, Ehsanullah Ehsan
disse que tentariam um novo ataque.
Duas estudantes ficaram feridas
juntamente com Malala enquanto se dirigiam para casa em um ônibus escolar. Ela
foi levada de helicóptero para um hospital militar. Ao redor da escola onde as
meninas agredidas estudam, centenas de pessoas foram às ruas para protestar
contra o fato. A mídia paquistanesa deu ampla cobertura.
O ataque foi condenado pela
comunidade internacional. Em 15 de outubro 2012 Malala foi transferida para o
hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, Reino Unido para continuar a
recuperação. Após quase três meses de internação, Malala deixou o hospital em 4
de janeiro de 2013.
Hoje, 12 de Julho de 2013,
Malala comemorou seu aniversário de 16 anos discursando na Organização das
Nações Unidas, pedindo educação obrigatória gratuita para todas as crianças. Usando
um lenço rosa, Malala disse ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a quase
1.000 estudantes do mundo todo que compareceram à Assembleia da Juventude na
sede da ONU em Nova York, que a educação era a única maneira de melhorar vidas.
"Vamos pegar nossos livros
e canetas. Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma
caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução",
disse. Ela deu a Ban uma petição assinada por quase 4 milhões de pessoas em
apoio a 57 milhões de crianças que não são capazes de ir para a escola, e
exigindo que os líderes mundiais encontrem novos professores, escolas e livros
e ponham fim ao trabalho, casamento e tráfico infantil.
O enviado especial da ONU para a
educação global, o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, disse que o
evento de sexta-feira não era apenas a celebração do aniversário de Malala e de
sua recuperação, mas de sua visão. "O sonho dela de que nada, nem a
indiferença política, nem a falta de ação do governo, nem a intimidação, nem
ameaças, nem balas de assassinos deveriam negar o direito de toda criança de
poder ir para a escola", disse Brown.
O Paquistão tem 5 milhões de
crianças fora da escola, um número só inferior à Nigéria, que tem mais de 10
milhões de crianças fora da escola, segundo a Unesco. A maioria dessas crianças
é de meninas.
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