Cerca
de 150 integrantes de sete povos indígenas do Maranhão bloquearam no começo da
tarde de ontem (4) a Estrada de Ferro Carajás, que liga as jazidas de minério
de ferro da Vale, no Pará, ao Porto de São Luís. Os índios protestam contra a
precariedade das condições de saúde e pedem a saída dos diretores do Distrito
de Sanitário Especial Indígena (Dsei). Eles bloquearam a ferrovia no trecho que
passa pela Aldeia Maçaranduba, Terra Indígena Caru, no município de Bom Jardim,
a 283 quilômetros da capital maranhense. A área é ocupada pelos awá-guajás e
teneteharas (guajajaras).
A
reportagem é de Luciano Nascimento e publicada pela Agência Brasil – EBC,
05-07-2013.
Desde
o dia 24, um grupo formado por 300 índios ocupou o prédio da Fundação Nacional
de Saúde (Funasa), em São Luís, protestando contra as péssimas condições de
atendimento à saúde. Eles também apontaram que as falhas na gestão do Dsei
seriam responsáveis pelos principais problemas de assistência à saúde nas
aldeias do Maranhão.
Os
índios pedem a saída do coordenador do órgão, Licínio Brites Carmona, e do
chefe da equipe de Divisão Técnica do Dsei, Antônio Isídio da Silva, sob o
argumento de que eles não levam em consideração as reivindicações das
lideranças indígenas. Desde 2010, o Dsei é responsável por organizar os
serviços de atenção à saúde indígena em articulação com o Sistema Único de
Saúde (SUS). Antes esta competência era da Funasa.
“Há
seis anos o Licinho está à frente do Dsei e não teve diálogo com a gente. Ele
nunca ouviu as reivindicações das lideranças. Então, os índios chegaram à
conclusão de que não adianta pedir melhorias na saúde se ele continuar na
chefia”, disse à Agência Brasil Marinete Guajajara, líder guajajara.
Marinete
declarou ainda que, sem conseguir o atendimento das reivindicações, parte do
grupo decidiu retornar para as aldeias e quando chegou sem uma resposta houve
revolta de quem estava aguardando o retorno. “Eles voltaram para as aldeias sem
nenhuma solução e resolveram, junto com os que ficaram esperando, bloquear a
ferrovia. É a única forma de chamar a atenção do governo”, declarou,
ressaltando que a ocupação é por tempo indeterminado.
As
mobilizações reúnem as etnias Krenjê, Tenetehara, Awá-Guajá, Apãniekra,
Ramkokramekra, Gavião e Krikati. No começo da tarde de hoje (5) está prevista
uma reunião dos índios com representantes do governo federal, na sede do
Ministério Público Federal, para tentar chegar a um acordo.
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