[Agência Efe]
Faixa de Gaza - Terceiro dia do Ramadã |
Gaza, 8 ago (EFE).- Os palestinos da Faixa de Gaza celebram
nesta quinta-feira o primeiro dos três dias do Eid ul-Fitr, festa que marca o
fim do jejum do Ramadã, em um crescente isolamento motivado pela mudança de
regime no Egito e pela destruição de 80% dos túneis que abasteciam a região a
partir do Sinai.
A dura rotina da Faixa de Gaza, onde vivem 1,5 milhão de
palestinos, a maioria em condições de pobreza, fica mais animada durante festas
como a Publicidade que começou nesta quinta-feira em quase todo o mundo
muçulmano, e que encerra o mês de jejum do Ramadã.
Fim do Ramadã em Gaza |
"Nós, vendedores de Gaza, experimentamos uma severa
queda nos negócios ao longo do ano. Esperamos a grande temporada do Eid, ou o
início do ano letivo, para compensar nossas perdas", disse Ahmed Helmi,
comerciante de uma loja de acessórios femininos do centro da capital Gaza.
De acordo com estatísticas internacionais e palestinas, a
pobreza supera 60% e o desemprego chegou a 35%.
Os economistas atribuem a grave situação econômica, por um
lado, aos efeitos do bloqueio israelense, que impede a entrada de trabalhadores
no território por motivos de segurança e por outro, da divisão interna entre os
próprios palestinos, com um governo em Gaza e outro na Cisjordânia, o que
dificulta um desenvolvimento sustentável.
A queda do presidente islamita do Egito, Mohammed Mursi, e a
campanha militar no Sinai contra extremistas islâmicos também isolaram ainda
mais a região.
Um relatório do exército egípcio apontava ontem que, durante
o mês de julho, suas forças destruíram 102 túneis e 40 depósitos com 2,7
milhões de litros de combustível de contrabando para a faixa palestina.
Os túneis eram uma das vias de abastecimento da faixa frente
ao bloqueio israelense, que impede a livre entrada de materiais de uso civil e
militar.
"A maior parte dos túneis foi destruída nas duas
ofensivas israelenses em Gaza, em 2009 e 2012 e, mais recentemente, pelo
exército egípcio, em particular após a queda de Mursi", afirmou Omer
Shaban, economista de um centro de análise estratégica com sede na faixa.
O movimento islamita informa em comunicado que o fim da
passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, e a destruição dos túneis na
região, ajudam "a ocupação israelense a reforçar o bloqueio e a destruir a
economia", e diz que "a faixa em breve enfrentará uma verdadeira
crise humanitária".
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