Por Jaime Carlos Patias
Prof. Sérgio Coutinho |
O 2º Simpósio de Missiologia que acontece no Centro Cultural
Missionário (CCM), em Brasília, abordou na manhã desta terça-feira, 26, o tema:
“Memória e significado da caminhada missiológica latino-americana”. Ao abordar
esse tema, o professor de Ciências da Religião e assessor nacional das CEBs,
Sérgio Coutinho destacou dois conceitos: libertação e nova evangelização e
apontou as expectativas embutidas em cada um deles.
Para Sérgio Coutinho, “esses dois conceitos se tornaram não
só categorias teológico-pastorais, mas duas categorias históricas importantes
para estudar a história da Igreja, particularmente na América Latina”. [...]
A partir do início dos anos de 1980 acontece uma ruptura no
modelo eclesiológico defendido pelo Vaticano II e por Medellín: o termo
libertação começa a perder espaço para o termo “Nova Evangelização” que carrega
um projeto missionário para converter o mundo à Igreja Católica. “Nova
Evangelização é um termo novo para um projeto histórico da Cristandade no qual
não há verdadeira civilização fora dele. Quem precisa de conversão não é mais a
Igreja, mas o mundo”, observou. [...] O conceito volta a ganhar força no Sínodo
dos bispos para a Nova Evangelização realizado em Roma no mês de outubro do ano
passado.
Prof. Roberto Marinucci |
Na segunda parte desta manhã, o professor Roberto Marinucci,
mestre em Missiologia e diretor da Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana,
conduziu a reflexão sobre “Os caminhos da missiologia no contexto pós-conciliar
na América Latina. Marinucci sintetizou o impacto do encontro de Melgar (1968),
do 1º Encontro de Pastoral de Missões no Alto Amazonas, em 1971 realizado em
Iquitos, da Consulta de Assunção (1972), do 1º Encontro Panamazônico de
Pastoral Indigenista (1977), do 1º Encontro Ecumênico de Pastoral Indigenista
do Cone Sul da América Latina(1980), da 1ª
Consulta Ecumênica sobre Pastoral Indigenista na América Latina
(Brasília, 1983), do Encontro dos 500 anos de resistência indígena (1992) e,
finalmente do 1º Congresso Missiológico Internacional de 1999.
Segundo Marinucci, todos esses encontros tiveram um tipo de
impacto sobre a realidade da missão hoje, na América Latina. “A qualidade da
ação missionária se mede pela difusão da lógica evangélica, pela construção do
Reino de Deus mediante a contemplação e o fortalecimento da ação do Espírito
vivificador presente na história. Nesta ótica, há uma evidente aproximação
entre a missiologia católica latino-americana e a missiologia protestante”,
terminou o palestrante.
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