A farsa da Rio+20 no Palácio do Planalto: crescer, incluir e proteger.

Hilariante é a notícia e a companhia é boa
A presidente Dilma Rousseff declarou que o setor da indústria do etanol consegue realizar uma das metas propostas pela Rio+20. A presidente deu a declaração em cerimônia de entrega de selo de boas práticas para empresas do segmento. "Nas vésperas da Rio+20, estamos mostrando que o tema da Rio+20 - crescer incluir e proteger - esta concretizado nesse setor". Dilma outorgou o selo de boas práticas a 169 empresas da indústria da cana-de-açúcar que, na avaliação do governo, se destacaram ao garantir para seus funcionários condições de trabalho que levem em conta saúde, alimentação, transporte e segurança.

Durante o discurso, a presidente rebateu acusações de que a produção de cana-de-açúcar para o etanol ameaça a Amazônia. Ela defendeu que o etanol é produzido em regiões distantes da floresta. "Mesmo quando dizíamos que o etanol distava da Amazônia assim como Lisboa de Moscou, havia por parte de vários jornais da imprensa internacional uma tentativa de não entender essa distância", afirmou Dilma Rousseff.


Você entendeu essa distância?

A presidente encerrou o discurso dizendo que o setor do etanol, depois de passar por expansão, viveu momento de reacomodação. Para Dilma, a tendência agora é passar por nova expansão.

Que os índios se cuidem! A cana vai avançar sobre suas terras.




Aplauso dos usineiros para Dilma:
não há escravos no setor sucroalcooleiro.



Leonardo Sakamoto em seu blog:


Dilma Rousseff declarou que as acusações envolvendo o etanol brasileiro ao trabalho escravo contemporâneo seriam resultado de “práticas fraudulentas de competição” visando a diminuir a importância do produto. De acordo com ela, o combustível “é uma das áreas que têm das melhores práticas” na área trabalhista, com respeito à jornada de trabalho e aos direitos do trabalhador. Para ver a fala de Dilma, clique aqui.

O comentário foi feito na cerimônia de outorga do selo do “Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-açúcar”, entregue a usinas que aderiram ao processo de melhoria dos padrões trabalhistas em sua produção, nesta quinta (14.6.), no Palácio do Planalto. O evento faz parte do “pacote de bondades” destinado a promover o país durante a Rio+20. O selo atesta que as empresas estariam engajadas com a melhoria dos padrões, por mais que esses padrões não se distanciem do que já está previsto na legislação vigente. Além disso, usinas signatárias do acordo foram flagradas com problemas trabalhistas e ambientais nos últimos anos.

Durante o evento, Pedro Parente, presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), afirmou que o setor sofre com generalizações, uma vez que maus empregadores existem em todo o lugar. Ele está correto em reclamar quando atores internacionais insinuam que o etanol brasileiro é competitivo por conta do trabalho escravo, o que não confere com a realidade. Há uma série de razões técnicas, climáticas e sociais, inclusive a baixa remuneração do trabalho em relação ao capital para explicar isso.

Então, ele há de concordar que os trabalhadores também sofrem com generalizações quando Dilma afirma que não há trabalho escravo no etanol.

Prova de que há é que o próprio governo decidiu manter fora do selo os empregadores que estão relacionados na “lista suja” do trabalho escravo (cadastro do Ministério do Trabalho e Emprego que relaciona os flagrados cometendo esse crime), conforme anunciado pela Secretaria-Geral da Presidência tempos atrás.

Anos atrás, Lula afirmou, durante evento em uma fábrica de automóveis, que o mundo iria se curvar ao etanol. Conheci um cortador de cana no interior de São Paulo, que já se curvou. Trabalhou tanto pelo “progresso” que ganhou um problema de coluna. Aposentado, não juntou nada e mora na pobreza no interior no Nordeste. Nunca teve um carro.

[O texto integral, ver o blogdosakamoto]

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