Fragmento de uma entrevista com Afonso Florence, ministro do Desenvolvimento Agrário

Agronegócio x agricultura familiar

 
 Para os movimentos de reforma agrária, o governo dá muita atenção ao agronegócio. Isso prejudicaria a reforma agrária, porque, de acordo com essa visão, o agronegócio se opõe à agricultura familiar e à redistribuição de terras. Como vê isso?
Para o governo, o que importa é uma política pública de interesse nacional. A agricultura familiar garante 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e 33% da produção agrícola. Ocupa 24% da área produtiva rural, é responsável por 74% da mão de obra ocupada e garante cerca de 70% dos alimentos que os brasileiros consomem. Pela nossa leitura do Brasil contemporâneo, com a consolidação do mercado interno e o crescimento da demanda por alimentos, é preciso garantir que os assentados, as populações tradicionais que vivem do extrativismo, os agricultores familiares e outros setores dessa população rural consigam se inserir numa dinâmica de mercado mais intensa. Essa dicotomia entre agronegócio e agricultura familiar pode servir para diferentes atores políticos, sociais e econômicos. Mas o governo não trabalha com isso  [fonte: Estado de S. Paulo, 4.7.2011].

Pergunta do leitor: Será que a inserção na dinâmica de mercado é mais importante do que o bem-estar social? Se o governo não trabalha com isso, renuncie ao seu cargo! As cifras que o Sr. menciona condenam seu projeto.

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