DO BBC BRASIL
De acordo com o Boletim anual de Gases do
Efeito Estufa da Organização Meteorológica Mundial (OMM), de setembro 2014, a concentração
de gases do efeito estufa na atmosfera atingiu níveis recordes. Em 2013, a taxa
de acúmulo de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera teve o crescimento mais
rápido em um ano desde 1984.
A OMM afirmou que o relatório ressalta a
importância de um acordo mundial para limitar a emissões de gases do efeito
estufa. Em 2009, líderes de todo o mundo concordaram em fechar um tratado para
manter um aumento na temperatura global de no máximo 2ºC até 2020.
Cerca de metade das emissões acaba
absorvida por mares, florestas e seres vivos. Mesmo assim, a concentração de
CO2 na atmosfera bateu 396 partes por milhão (ppm) em 2013, um aumento de quase
3ppm em comparação com o ano anterior.
Crescimento recorde
"O boletim mostra que, bem longe de
estar caindo, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera de fato subiu
no último ano na taxa mais rápida em quase 30 anos", disse o
secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.
A concentração de CO2 atual é de 142% dos
níveis de 1750, ou seja, antes do início da Revolução Industrial. O acúmulo de
outro potente gás de efeito estufa, o metano, foi de 253%. O estudo também
indica que o crescimento recorde do CO2 em 2013 não se deve apenas a mais
emissões, mas a uma redução na capacidade de absorção de carbono pela biosfera.
A descoberta intrigou cientistas da OMM. A última vez que se constatou uma
redução no nível de absorção da biosfera foi em 1998, quando houve um pico de
queima de biomassa, aliado a um intenso El Niño.
"Já em 2013 não houve impactos óbvios
na biosfera, portanto, é ainda mais preocupante", disse o chefe da divisão
de Pesquisa Atmosféria da OMM, Oksana Tarasova. "Não entendemos se isso é
uma coisa temporária ou permanente, e isso é preocupante." Tarasova afirma
que a descoberta pode indicar que a biosfera atingiu o seu limite, mas destaca
que é impossível confirmá-lo no momento.
Diante das evidências, a OMM urge líderes
mundiais a tomarem decisões contundentes sobre a política climática. Em 23 de
setembro será realizado em Nova York um encontro extraordinário sobre o clima,
convocado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
No fim do ano, a ONU promove a sua reunião
anual sobre mudanças climáticas, desta vez em Lima, no Peru. A expectativa é
que os dois encontros cheguem ao consenso necessário para um novo acordo
climático mundial na reunião anual da ONU de 2015, em Paris. No entanto, até o momento
não se tem qualquer previsão de como transformar o acordo em algo legalmente
vinculante, para que seja, de fato, efetivo.
Esses dados preocupantes deveriam gerar medidas imediatas de contenção das emissões de CO2 na atmosfera. E o alerta às populações, para que se conscientizem e se eduquem, no sentido de cada um, fazer sua parte, na preservação do meio ambiente.
ResponderExcluirPenso que já era tempo de as escolas, em todos os níveis, incluirem no currículo, matéria obrigatória, com esclarecimentos e orientação sobre o aquecimento global.
As novas gerações, especialmente, precisam tomar conhecimento dos perigos que o desenvolvimentismo desenfreado pode causar à vida no planeta.