É bom saber o que pensam os
católicos sobre o aborto, mulheres no sacerdócio e uniões gay
Uma reveladora pesquisa realizada
por Univisión, a maior cadeia de televisão dos Estados Unidos, concluiu que a
maioria dos católicos do mundo não está de acordo com algumas das principais
doutrinas da Igreja como o aborto, o uso de anticoncepcionais e a proibição da
comunhão para os divorciados.
A reportagem é publicada pelo
jornal colombiano El Tiempo, 09-02-2014. A tradução é do Cepat. Fonte:
Unisinos, 11.02.2014.
A pesquisa, realizada entre
dezembro de 2013 e janeiro de 2014, com 12.038 fiéis de 12 países
majoritariamente católicos, dos cinco continentes – entre eles a Colômbia -, e
com uma margem de erro de 0,9%, adiantou-se em relação ao papa Francisco.
Em novembro do ano passado, o
Pontífice argentino enviou um questionário a todos os bispos do mundo, para que
perguntassem aos seus fiéis o que pensam sobre as uniões entre casais do mesmo
sexo e sobre o ensino da Bíblia, entre outros temas pastorais. Os resultados
desta consulta, também realizada na Colômbia – onde não foi divulgada – serão
discutidos no próximo mês de outubro, por ocasião do Sínodo dos Bispos, onde
serão debatidos diferentes aspectos sobre o futuro do catolicismo.
O documento demonstrou que 58% de
consultados estão em discordância com a norma que estabelece que a pessoa que
se divorciou e se casou novamente, fora da Igreja, vive em pecado e que,
portanto, não pode receber a comunhão. A Europa é o local onde mais desaprovam
esta medida (75%), seguida pela América Latina (67%).
Também se perguntou sobre o aborto,
um tema inegociável para a Igreja católica. Nesse quesito, 57% responderam que
deveria se permitir apenas em alguns casos, como quando a vida da mãe ou do
ente esteja em perigo; 8% acreditam que se deve permitir sempre e 33%
expressaram que não deve nunca ser permitido.
A França é o país onde mais se
concorda com o aborto – sempre e em alguns casos – (93%), seguida de Espanha
(88%), Itália (83%) e Polônia (82%). Na América Latina, os que mais aprovam
esta forma de interrupção da gravidez – sempre e alguns casos – são os
brasileiros (81%); seguidos pelos argentinos (79%), mexicanos (73%) e
colombianos (61%). Na Colômbia, 38% responderam que o aborto não deve ser
permitido sob nenhuma circunstância.
Sobre o uso dos anticonceptivos,
outro tema vetado pela Igreja católica, a imensa maioria (78%) expressou
concordar com o uso. Apenas 19% disseram ser contra esses métodos de
planejamento. Inclusive, entre aqueles que participam com freqüência da Igreja,
a porcentagem dos que concordam é majoritária (72%). E nove em cada dez
daqueles que participam com pouca frequência da Igreja também aprovam.
Também foi perguntado aos fiéis se
acreditavam que os sacerdotes católicos deveriam se casar. E cinco em cada dez
– o maior porcentagem nesta resposta – respondeu que sim. Sendo que 47%
discordaram e 3% não responderam. É na Europa onde estão os que mais concordam
que os sacerdotes tenham família (70%); na América Latina são 53%.
Casamento gay e mulheres com batina
A pesquisa também perguntou sobre o
casamento entre pessoas do mesmo sexo. Neste ponto, os fiéis católicos foram
majoritariamente contra (66%). Apenas 30% foram a favor das uniões gays. Os
africanos são os que mais se opõem (99%), seguidos pelos asiáticos (84%). No
caso dos latino-americanos, 57% rejeitaram o chamado ‘casamento gay’. Os
Estados Unidos são o local onde mais aprovam (54%) esse tipo de casamento. Os
consultados de estratos mais baixos (7 em cada 10) são os que mais rejeitam
essas uniões.
No que diz respeito à eterna
discussão sobre o sacerdócio para as mulheres, 51% responderam que elas também
deveriam ser ordenadas. Já 45% rejeitaram a figura das mulheres nos altares do
catolicismo e 4% não responderam.
A Europa é o continente onde mais
querem ver as mulheres com batina (64%), seguida pela América do Norte (59%) e
América Latina (49%).
Todos querem o papa Francisco
Outra das perguntas desta pesquisa
foi sobre a gestão do papa Francisco, durante os primeiros dez meses de seu
pontificado. Foram 41% os que a consideraram como ‘excelente’, ao passo que 46%
disseram que era ‘boa’. Por fim, 5% disseram que era ‘medíocre’, e 1% que era
ruim.
A popularidade do Papa argentino é
parecida em todo o mundo, sendo majoritária na Europa (90%), seguida pela
América do Norte (89%), América Latina (88%), África (85%) e Ásia-Pacífico
(82%).
Muitíssimo interessante essa pesquisa apresentada. Dela se depreende que o povo de Deus influencia e é influenciado por fatores internos e externos ao âmbito eclesial. Aparentemente, as influências exteriores são mais evidentes e assimiladas.
ResponderExcluirQuanto às normas contidas na vida de fé, os cristãos hodiernos apresentam um criticismo que se estabelece e prolifera, continuamente, nos tempos atuais - esse comportamento, muito comum, hoje em dia, era impensável, algumas décadas atrás.
Então, podemos pensar, que pela frente, haverá sempre maior contestação e discordâncias.
Pessoalmente, tenho por princípio a defesa da Vida Humana, desde a concepção, até o seu término, natural. Jamais concordaria com o aborto, por acreditar que a Vida Humana é Dom de Deus e só Ele pode decidir o seu início e término.
Creio que devemos respeitar a orientação sexual de cada um, sem discriminar ninguém. O Mestre dos mestres acolheu a todos, indistintamente.
Nos tempos atuais, onde a presença da mulher ocorre, naturalmente, em todas as profissões, serviços, postos de comando - com grande eficiência e responsabilidade - competência e seriedade, está na hora de preparar mulheres, vocacionadas para o serviço sacerdotal, a fim de que assumam as responsabilidades inerentes a essa missão.
Por questão de coerência e adequação aos tempos atuais, o celibato deveria ser opcional, aos padres diocesanos. Os religiosos, poderiam optar entre uma congregação e uma paróquia.
Vemos pastores, de outras igrejas - cristãs, inclusive, com famílias - e tão santos, como muitos de nossos padres diocesanos.