Manoel de Barros - O alquimista do Pantanal se foi




"Prezo insetos mais que aviões,
Prezo a velocidade das tartarugas
mais que a dos mísseis.
Tenho em mim
esse atraso de nascença.
eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância
de ser feliz por isso.
Meu quintal
é maior do que o mundo."

Manoel de Barros

Manoel de Barros morreu aos 97 anos. O corpo do poeta foi enterrado nesta quinta-feira 13 de novembro, no cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande. Manoel de Barros era um alquimista das palavras do Pantanal. Fui buscar na minha biblioteca "O Guardador de Águas", onde encontro versos que o poeta diz ter aprendido sozinho: "No osso da fala dos loucos têm lírios"




"Quem anda no trilho
é trem de ferro,
sou água
que corre entre pedras:
liberdade caça jeito".

Manoel de Barros

Um comentário:

  1. Como são insondáveis os pensamentos e sentimentos que transitam na alma de um poeta!!!!!Felizmente, Manoel de Barros teve a generosidade de partilhar conosco, pobres mortais, uma singela parte da infinita riqueza de seu espírito, resvalando gotas de ternura, delicadeza e imortalidade!

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