MITO, HISTÓRIA E FÉ NO MISTÉRIO PASCAL


Para amigos do pós-cristianismo

No passado, “ter” uma religião era a situação normal de indivíduos e povos. O “ter” uma religião, hoje, não é mais óbvio. Não ter religião não significa não ser religioso. No mundo moderno, as pessoas aprenderam ser justos e solidários, altruístas e egoístas, santos e pecadores sem religião com suas implicações e prescrições institucionais. As religiões, muitas vezes descartadas por causa de seu pensamento mítico e pré-moderno, aprenderam transformar partes de seus mitos em história. Quando, nessa transformação, chegaram a limites explicativos e operacionais de seus mitos e mistérios, exigiram fé.
Os cristãos que celebram, neste tempo pascal, morte e ressurreição de seu Messias, com o nome programático de Jesus, que significa, “Deus salva", se movimentam na mesma linha explicativa, entre mito, história e fé. Compartilham com o resto da humanidade que o mundo concreto da nossa vida não corresponde ao imaginário de um “paraíso” ou de um espaço perfeito.
Um Deus, que os cristãos consideram criador do mundo e imensamente bom, só poderia criar um mundo perfeito. Por conseguinte, o mundo bom foi perdido. Ao interpretar o pesadelo de um paraíso perdido, criado por um Deus que consideram bom e perfeito, recorrem à figura explicativa do “pecado original” e a um mediador histórico, enviado por Deus, para sanar o mundo das consequências da ruptura causada pelo pecado.
O Mediador Jesus Messias ("Messias" significa "Cristo") apontou, a partir de reparos verbais (“Sermão da Montanha”) e fatos históricos (“milagres” e “sinais”) para um horizonte de transformação (“o Reino de Deus no meio de nós”), do qual poderá nascer um segundo paraíso que integra o mundo histórico num mundo transistórico. O espaço escatológico dessa reintegração ou reconciliação convencionou-se chamar de Mundo Novo, Paraíso, Terra sem Males, Céu, reino de Paz e Justiça.
Na vida dos cristãos, sobretudo dos pobres, mito, história e fé estão entrelaçados numa trama de leituras arquetípicas, lutas históricas e imagens de fé e esperança.

1.
EXPULSÃO DO PARAÍSO
Entre o mito e a história da terra sem males.




O anjo exterminador






2.
O SONHO DE UM MESSIAS
A esperança dos pobres vive - O Messias virá.






Mãe Preta dos paulistanos no Paiçandu



3.
QUEM SÃO OS ASSASSINOS DE JESUS?
As feridas continuam abertas.



Nísio Kaiowá Guarani, MS, assassinado



4.
TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO
O sepulcro vazio: justiça da ressurreição.









Dorothy Stang, assassinada


5.
CAMINHO DE EMMAUS. IGREJA SAMARITANA
Caminhada, luta, diaconia.





Domitila Chungara: boliviana, mineira, militante

Os Kayapó: Belo Monte não!

Comblin em 2008: Adeus Medellín




“Iluminados pelo Cristo, o sofrimento, a injustiça e a cruz nos desafiam a viver como Igreja samaritana, recordando que a evangelização vai unida sempre à promoção humana e à autêntica libertação cristã” (DAp 26).

Nenhum comentário:

Postar um comentário