Mudança pacífica na Libéria e «primavera árabe» recebem Nobel da Paz 2011

Mulheres proféticas e militantes pela paz: 
As liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkul Karman


O Comité Nobel Norueguês distinguiu as três mulheres "pela luta pacífica em defesa da segurança das mulheres e dos direitos das mulheres na participação total no trabalho de construção da paz".
Ellen Johnson-Sirleaf, economista, é a atual presidente da Libéria - primeira mulher a ter sido eleita democraticamente num país africano, em 2006 - e Leymah Gbowee é uma ativista com destacada participação no movimento "Women of Liberia Mass Action for Peace' [Ação em massa das mulheres da Libéria pela paz], durante a segunda guerra civil liberiana (1989-2003).
Para a agência católica Misna, especializada em assuntos africanos, Sirleaf é vista como o "símbolo de uma nova África", por ter conseguido colocar a Libéria no "caminho da paz, da reconciliação e da democracia", após décadas de conflito armado.
Já Tawakkul Karman, jornalista do Iémen, é um dos rostos mais conhecidos da oposição ao regime do presidente Ali Abdallah Saleh.
"Não podemos chegar à democracia e à paz duradoura no mundo a não ser que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens para influenciar os desenvolvimentos a todos os níveis da sociedade", disse o líder do Comité para o Nobel da Paz, Thorbjoern Jagland.
Tawakkul Karman disse-se "feliz e surpreendida" por ter sido distinguida e dedicou o prémio à "primavera árabe".
Karman é a primeira mulher árabe a ser distinguida com um Nobel da Paz nos 110 anos de existência do prémio, até agora entregue a 12 mulheres, a última das quais a ambientalista queniana Wangari Muta Maathai, falecida a 25 de setembro.
Segundo a agência católica AsiaNews, a jornalista e ativista iemenita distingue-se das "manifestações antigovernamentais" por promover a "não-violência".
Os responsáveis pela atribuição do Nobel da Paz deste ano tinham em mãos candidaturas de 241 organizações e pessoas para o prémio, uma lista recorde.
Em 2010, o prémio foi entregue ao chinês Liu Xiaobo, que ainda se encontra na prisão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário