A imagem original de Nossa Senhora Aparecida é uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que precede por muitos séculos a proclamação do dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria. Três pescadores encontraram, no dia 12 de outubro de 1717, uma imagem de barro cozido no rio Paraíba. Levaram a imagem para casa, onde atraiu devotos e operou milagres. No decorrer dos anos, muitas graças foram alcançadas pelos devotos da “Cidinha”, como carinhosamente é chamada.
Em muitos lugares do mundo se conta histórias semelhantes da origem humilde de uma devoção ou aparição de Nossa Senhora. Depois, quando o movimento cresce, a classe dominante percebe o alcance político do fenômeno religioso, manda construir capelas cada vez maiores, Igrejas e Basílicas. Inicia-se um processo de embelezamento dos fatos e das imagens e a integração na religiosidade oficial. Assim a pobre virgem de Nazaré se torna rainha dos cristãos. O povo gosta dessa ascensão social de suas devoções, sem considerar uma ameaça de seu protagonismo e imaginário religioso.
Meio ano depois da assinatura da Lei Áurea em
Entre a “Madona Negra”, a “Imaculada” e a “Aparecida” existem diferenças e semelhanças. A festa da Imaculada é celebrada 8 de dezembro e a festa da Aparecida, 12 de outubro. A “Madona Negra” não tem data determinada. A “Imaculada”, geralmente, é branca e sem filho. A imagem da “Aparecida” é também sem filho, mas negra. A “Aparecida” introduziu a negritude na “Imaculada” e a “Imaculada” introduziu a pureza na “Aparecida”. A “Aparecida” tem a cor em comum com a “Madona Negra”. Mas o triunfo da “Madona Negra” é o filho. A “Imaculada” espiritualizou o filho. Se a “Virgem Imaculada” foi redimida por Cristo de maneira preventiva, a sua mera existência de “Imaculada” pressupõe sempre o “Filho Redentor”.
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