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de Setembro de 2017: O Cristo Mutilado e a Contextualização da Festa de Nossa Senhora das Dores
Um dos momentos mais
emocionantes da viagem do Papa Francisco pela Colômbia foi o encontro com
quatro testemunhas, agentes e vítimas da violência. Eles contam como aprenderam
perdoar e pedir perdão pelo imperdoável. As dores causadas pela violência têm
raízes e causas. No final do encontro, durante a celebração da reconciliação,
uma das testemunhas-vítimas, “com sua alma atravessada por uma lança” (Lc
2,33), porque perdeu seu filho e sua filha nessa guerra, coloca um sacramental
aos pés do altar: a camiseta do filho. Silêncio. Lágrimas no rosto de
Francisco.
Quinta-feira,
2 de Maio de 2002
Depois de dias de tensão, acontece
o confronto entre as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e um grupo de 250 paramilitares
das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC). Uns 200 moradores, de origem negra e indígena, da comunidade de Bojayá, no
departamento do Chocó, se refugiaram na igreja. Dois artefatos, lançados pela
guerrilha, atingiram a igreja. 79 mortos, o Cristo da igreja caiu por terra, mutilado,
sem braços, sem pés.
Sexta-feira, 8 de Setembro de 2017
Moradores de Bojayá chegaram em
Villavicencio pedindo ao Papa Francisco que benzesse seu “Cristo Mutilado”. Participaram,
no Parque das Malocas de Villavicencio, do “Grande Encontro de Oração pela
Reconciliação”, e falaram do longo caminho para reconstruir a paz. O papa
escutou os testemunhos de quatro vítimas da guerra civil da Colômbia.
Depois de escutar o testemunho
de Juan Carlos, o papa disse: “A verdade é uma companheira inseparável da
justiça e da misericórdia”. Em 2 de Outubro de 2016, 95% da comunidade de
Bojayá votou com SIM pelos acordos de paz entre Farc e governo colombiano. [Fotos:
O Cristo Mutilado no chão; O olhar de Nossa Senhora sobre a Igreja destruída; a “Pastora” com a camiseta de seu filho; moradores
do Choco com uma réplica do Cristo Mutilado].